‘Temos dois desafios grandes: um é econômico e outro social’. disse vice-presidente Geraldo Alckmin, chefe da transição
O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) anunciou o nome da senadora Simone Tebet (MDB-MS) para liderar o grupo que vai discutir medidas para a área social no governo de transição. A confirmação da participação da emedebista na equipe ocorreu pouco após o presidente do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), afirmar que consultaria líderes da sigla para decidir sobre a adesão do partido à gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Alckmin recebeu Simone para a uma conversa em um hotel na área central de Brasília na manhã desta terça-feira. Na saída, conversou com a imprensa ao lado da senadora e afirmou que a transição tem dois grandes desafios, um econômico e outro social.
— Simone é uma das grandes lideranças do nosso país. Ela vai nos ajudar num grupo importantíssimo. Temos dois desafios grandes: um é econômico e outro social. E eles não disputam, são sinérgicos, se somam, se complementam, não são excludentes. É preciso ter uma agenda de eficiência econômica, de competitividade e, de outro lado, ter uma rede de proteção social. A Simone com sua experiência e sensibilidade, a força da mulher, vai trabalhar conosco na área de desenvolvimento social. É uma área importantíssima.
Alckmin ressaltou que a presença de Simone na transição não tem necessariamente relação com compromisso da senadora assumir ministério no futuro governo. Ponderou, no entanto, que Simone tem “expertise, experiência e espírito público para ser ministra de qualquer área”:
— Não temos designados coordenadores, designamos lideranças. Claro que ela tem expertise, experiência e espírito público para ser ministra de qualquer área, mas não tem relação entre transição e ministério. São coisas diferentes.
A transição terá pelo menos 28 grupos temáticos divididos por área. Simone afirma que fez sugestões de alguns nomes para transição e deve participar de reuniões amanhã. Na avaliação da senadora, primeiro deve-se fazer o diagnóstico do governo Bolsonaro e a partir daí apresentar alternativas:
— Acabei de ter uma conversa com o vice-presidente muito importante. Eu acho que ele consegue fazer a leitura do meu perfil. A gente tem que fazer duas divisões. Por mais que tenha mais de 28 temas, setores a serem trabalhados, na verdade eles se dividem em apenas dois. A parte econômica, que é a atividade meio para se alcançar um fim, qual é o grande fim neste projeto que se sagrou campeão nas urnas: é a pauta social, e é disso que nós temos que tratar. Da fome, da geração de empregos, de renda e de recursos para fazer políticas públicas. De habitação, melhorias nas áreas de saúde e educação. Nós vamos colaborar, mas ainda não discutimos detalhes.
O GLOBO apurou que Tebet consultou Baleia sobre o convite feito por Alckmin e foi incentivada pelo deputado federal a aceitar o cargo na transição.
Mais cedo, Baleia teve um encontro com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, classificado pelas duas partes como “muito positivo”. O emedebista não anunciou outro nome para a equipe de transição pois o MDB terá um espaço maior do que era imaginado pelos dirigentes da legenda.
O convite para cuidar da transição da área de desenvolvimento é um indicativo de que Tebet pode ocupar o Ministério da Cidadania. No governo Lula, a pasta levava o nome de Desenvolvimento Social.
Ao longo da campanha eleitoral, Tebet sempre se referiu ao hoje denominado Auxílio Brasil como “Bolsa Família”, denominação dos governos petistas. A política de transferência social está sob o guarda-chuva do Ministério que a emedebista deve ocupar.
Segundo o vice-presidente eleito, outros nomes da equipe de transição serão divulgados ao longo desta terça-feira. Alckmin está recebendo uma série de políticos em um hotel em Brasília. O senador Dario Berger (PSB-SC) e o deputado federal Marcio Marcedo (PT-SE), tesoureiro da campanha, já estiveram reunidos com ele na manhã do dia 08 de novembro.
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